segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um bom planejamento



Quanto se ganha quando planejamos bem as coisas! Disto todo mundo sabe, mas cotidianamente pecamos e digo nós porque em meu grupo de colegas de estágio não fora incomum ouvir esta frase. A projeção sistemática de onde partimos para onde vamos realmente traz benefícios que a correria de todos os dias apaga. Nos satisfazemos com um planejamento muita vezes em tópicos ou pontos que deverão ser alinhavados, entretanto quando realmente projetamos o futuro tudo fica mais limpo, mais interessante e bonito. Aquela folha avulsa que um colega nos alcança perde o valor de antes porque precisa ser o momento certo, estar encaixada no contexto, precisa fazer parte deste todo que fora planejado. Ora, como ousaria entregar uma folha de repente, sem um objetivo específico?
Bateu-me um saudosismo dos tempos de Magistério quando planejávamos no diário até a nossa respiração. Mudou o formato, mas não a forma. Os grandes líderes mundiais sempre admitem ter escrito suas metas antes de alcançá-las.
Com este estágio pude refazer minha prática. Pude me doutrinar a parar nesta rotina doida e pensar de forma elaborada. Não quero dizer que minhas aulas não eram planejadas, longe disto, sempre primei por isto, mas não eram tão bem planejadas, em seus detalhes, com as ligações possíveis. Nunca os imprevistos foram tão bem aproveitados. Quero dizer que sinto-me como saída de um programa de reeducação alimentar, onde o organismo rejeita determinadas posturas. O cansaço é o mesmo, contudo há uma necessidade maior de organizar a semana...
Terapia de choque, bomba de remédios, coquetel de drogas, que nada, compromisso. A gente sabe e o mínimo é fazer bem feito, por nós, por eles, todos sim, pela educação!

domingo, 27 de junho de 2010

Mês Ambiental e Novas Ações para com o Ambiente

Neste mês de junho trabalhamos em sala de aula a temática ambiental de forma mais pontual onde acabamos analisando situações que fazem parte de nosso cotidiano  e colocamos em prática algumas conversas que desde o início do ano vínhamos tendo como a campanha do agasalho na turma e para a turma e o Bazar do Troca-Troca para dar uma nova utilidade às coisas inúteis de nossa casa.
Conversamos com as mães e falamos da importância na troca de objetos para que o consumismo diminua. Podemos muito bem trocar, aproveitar e dar um novo sentido de uso para tantos itens que guardamos em nosso lar sem sentido, muitas vezes.
Alguns resultados positivos: Não observo nenhum aluno que esteja passando frio em nossa turma. Quando vejo que falta um tênis ou meia já vou dando um jeitinho de encontrar no meio de nossas doações e mando para casa da criança. As mães estão adorando e os alunos sabem muito bem que existe entre nós uma regra de ouro que jamais deverá ser quebrada: dar e esquecer para alguém se aquecer e lembrar... Não admitimos que ninguém ouse ficar falando sobre o uso de alguma peça por outra pessoa, como por exemplo: "Este tênis era meu e eu não queria mais..." ou "Olha lá meu casaco!".
Em relação ao Bazer do Troca-Troca posso afirmar que ainda temos um longo caminho a percorrer. Um alunos chorou porque ninguém queria trocar nada com ele (a profe acabou trocando um montão de trecos) e alguns alunos promoveram as trocas antes do bazar abrir o que acarretou alguns arrependimentos e muita conversa para os fazer entender que aquilo era um negócio e que deveria ser bem pensado antes de ser afirmado. Na vida não podemos ficar fazendo e desfazendo os nossos tratos e contratos.


Uma arquitetura na caixa...

Nossa Caixa para a outra Turma!





O estágio se encerra, mas as marcas das atividades prosseguirão até o final deste ano certamente. A primeira arquitetura que realizamos que consistia basicamente na troca de vivências entre duas turmas de primeiro ano de escolas diferentes foi muito produtiva e despertou em todos a curiosidade em conhecer mais. Não é incomum um aluno trazer de casa alguma contribuição para a caixa mesmo que a troca já tenha sido efetuada. Eles querem mais. Aproveitamos dicas de trabalhinhos em nossa aula, conversamos sobre os vídeos que recebemos. Os alunos tiveram muitas ideias para retribuir com outros vídeos e agora estamos planejando um calendário para novas produções para estes amigos da outra escola. Pena que ambas as escolas envolvidas são da rede estadual e não possuem acesso à Internet. Imagina termos a possibilidade de trocas on line??? Não há nem lan house perto de minha escola e a baixa renda das famílias é mais um ponto negativo que impossibilita alguns planejamentos como um passeio juntamente com a outra turma, ao menos por agora.
De qualquer forma através de trabalhinhos, fotos, imagens pudemos conhecer estes alunos que buscam chegar ao final do ano lendo e escrevendo o mundo inteiro! Comparamos as atividades que são realizadas e percebemos que é possível trilhar caminhos diferentes para atingir um memo objetivo.
Os alunos acharam tão linda a caixa que recebemos que a mesma foi quem abraçou nossos caderninhos na Festa do Caderno onde assumimos o compromisso de fidelidade para com este amigo escolar.



E o feijão que não nasce?


Muito engraçada e embaraçosa a situação pela qual passei neste final de estágio. Conciliando a disciplina eletiva de Laboratório de Ciências com a prática de estágio fui aplicar a experiência da semente de feijão (prática que adoro fazer e trabalho com os resultados ao longo do ano). Como seria uma atividade documentada e severamente acompanhada resolvi inovar, ahahaha e aí que a coisa falhou. Decidi abrir mão do tão famoso feijão preto e utilizar um grão diferente. Usei um feijão tipo carioquinha com a cor marrom e rajadas de branco. Tudo certo para iniciar. O feijão era novo, os copinhos arrumados, algodão preparado e variáveis indicadas. Cada aluno levaria seu feijão para casa e faria a descrição da evolução desta semente. Na sala de aula teríamos algumas sementes em situações diferenciadas para examinar interferências como excesso de água, falta de água, excesso de calor, profundida de terra, grão nu num pote, incidência de luminosidade. Colocamos na sala uma tabela de acompanhamento e cada aluno levou para casa uma planilha de acompanhamento que duraria 20 dias.
Tudo estava bem até o terceiro dia quando nenhuma das sementes ainda não havia germinado. Ao final da primeira semana já especulávamos o que estaria acontecendo. Ao final da segunda semana estávamos arrasados tentando entender como as sementes não germinaram.
A situação começou ficar engraçada quando na reunião de pais ocupamos um bom tempo da mesma levantando hipóteses para o ocorrido. As mães achavam que fora a quantidade de água, mas não entendiam como os outros grãos testes também não haviam germinado. Ninguém tentou refazer a experiência visto nossa fidelidade com aquele grão de feijão. As crianças também especularam muitas possibilidades. Resolvemos então ampliar nossa pesquisa em um rumo muito mais difícil: descobrir o porquê da semente não germinar...
Nesta segunda-feira vou refazer a pesquisa com o feijão preto para, ao menos realizar parte da postagem da disciplina; O engraçado é que todos os anos trabalho com o feijão e bem neste momento que a coisa deveria funcionar acaba em mofo, ahahaha, meus alunos adoraram ver os fungos tomando conta dos feijões fedorentos!
Só para constar: Já descobri o que houve com os feijões. Conversei com um engenheiro agrônomo da EMATER/ASCAR e ele matou na hora o mistério: grandes empresas que trabalham com grãos costumam usar em seu processo de secagem o calor para eliminar fungos e a umidade. Os graõs são aquecidos em altas temperaturas por um período específico. No caso do feijão, possivelmente 60º por vinte minutos o que inviabiliza a germinação do grão visto que o embrião da semente morre. Liguei para a empresa e questionei-os sobre isto e aguardo resposta da equipe técnica. Muito bacana, nem eu sabia disto tudo! Agora é recomeçar e curtir a vida brotando pra valer... Desta vez vamos observar também sementes de girassol e alpiste até para expandir a proposta e fazer algumas comparações.
A imagem lá em cima é da história que trabalhamos antes de dar início à experiência. Os alunos adoraram o João e as interferências maduras que faziam em relação às necessidades vitais dos seres vivos é o reflexo de nosso trabalho ao longo deste estágio quando priorizamos a temática da vida.