domingo, 15 de junho de 2008

Reflexão sobre o texto "Os domingos precisam de feriados"


Recebemos este texto "Os domingos precisam de feriados" para leitura e reflexão da prática pedagógica na disciplina de Ciências Naturais. Creio que natural não condiz muito com a vida desenfreada que levamos atualmente. Não vivemos, sobrevivemos. Não saboreamos, engolimos. Não descansamos, criamos mais e mais... qualidade já não é o objetivo principal. A idéia de que quantidade traz a qualidade é muito questionável.

Percebi através da leitura como minha vida conturbada precisa desesperadamente de férias! O final de semana é sinônimo de início de trabalhos em casa, organização das faculdades, busca de alimentos no mercado (que adora gente como eu!), enfim, o final de semana não é o fim de trabalhos em nome do descanso é a desculpa para trabalhar longe da rotina semanal. Levamos o trabalho para casa e a casa, bem, esta fica por aí, sendo desfrutada pelos insetos, animais de estimação e a poeira que paira sobre os móveis. A casa é como uma estalagem onde deixamos cair nossos corpos cansados em camas quentes e fofas por algumas horas de sono não tão profundo.

Não sei onde vamos chegar neste ritmo que contraria a própria natureza humana, mas sei que estamos produzindo mais do que nunca. Paradoxalmente vivemos menos e mais longe da paz e tranquilidade bucólica que vemos nos filmes americanos com final feliz.

É uma busca para demarcar a história. Fazer a história é outra linha de atitudes. Não queremos passar em vão, nem que para isto devamos pagar um alto preço emocional.

A vida... precisa de feriado!

Luz e Sombra uma experiência de vida.

Corremos contra o tempo e esquecemos de apreciar o dia e a noite. Estereotipamos a escuridão enquanto a luz reina nos serviços 24 horas.
Alteramos através do brilho de nossas cidades o relógio biológico dos seres, o ritmo circadiano fora abalado e vemos claramente isso no galo que já não canta na madrugada ou desregulado do tempo canta sem parar. Os pássaros antes noturnos se abrigam da eterna luminosidade das cidades e do movimento incessante de nossos passos e passeios de carro.
Trabalhamos à noite porque é mais calmo, abrimos a geladeira quando achamos que a fome aparece, desrespeitamos as regras da digestão até chegarmos à exaustão de um novo dia.
Esquecemos do quanto somos insignificantes frente a um mar de estrelas num céu limpo à noite. Não vemos mais os astros como outrora. Nossos olhos miram holofotes e shows cada vez mais fluorescentes. Chego a palpitar que tememos o escuro... este traz um silêncio perturbador aos seres humanos. Não queremos nos encontrar com nosso “eu” interior. Preferimos tomar pílulas que nos levam ao sono quando nosso organismo,completamente desregulado das necessidades biológicas, grita por ajuda.
Trabalhar luz e sombra foi muito gostoso e significativo. Tenho uma turma de crianças entre 6 e 7 anos de idade que já conhecem o “novo ritmo” de vida que estipulamos como normal. Percebi que as crianças sabem muito daquilo que nós adultos esquecemos. Percebi que as crianças valorizam esta oscilação entre o claro e o escuro e sabem, bem mais do que eu supunha que nossa manipulação no controle biológico da vida acarreta conseqüências para a existência de todos os seres.