quinta-feira, 30 de setembro de 2010

(DES) Conectando lembranças do III Eixo

O terceiro semestre do curso foi um período muito produtivo no que tange às questões culturais e que envolvem arte e educação. Experimentamos as interdisciplinas de artes visuais, literatura infanto-juvenil, ludicidade, música e teatro, além do Seminário, é claro. Foi um dos semestres que mais senti a integração entre as propostas, misturando-se, completando-se, instigando-nos.


Fomos convidados a visitar e participar como autores de um blog colaborativo em artes visuais e ainda fizemos nossa primeira e única saída a campo do curso! Fomos ao Museu de Artes – MARGS- no centro de Porto Alegre e senti a emoção e alegria em olhar as obras com minhas colegas, pegar um ônibus para ir até lá coisa que normalmente o tempo não me deixa fazer.


Desenvolvemos projetos teatrais e encenamos até na finalização da disciplina de literatura. Brincamos, de verdade, na disciplina de ludicidade e tenho saudades daquele tempo onde sorríamos mais... Acho que nossos semblantes estão mais fechados por causa do final do curso. Creio que o período de “desintoxicação” do PEAD será difícil e as crises de abstinência serão intensas entupindo caixas de e-mail saudosistas.


Paro para imaginar que em breve, colegas desesperadas estarão mandando e-mail dizendo estranhar o silêncio da Bíris (junção histórica neste curso, uma espécie de união entre a fome e a vontade de comer se tratando de educação!).


Também foi neste semestre que me dei conta de que a vida é curta, que o tempo é curto e que nossa jornada diária é longa. Percebi, ao ter que fazer tarefas na disciplina de música, que meus CDs ocupam lugar na estante e que as únicas músicas que tenho ouvido são aquelas cantadas por meus alunos o que, muitas vezes, não retrata a melodia que sonhava em escutar...


Dias destes estava lendo a dissertação de um amigo meu que tinha como temática o teatro e identifiquei muitos fatos estudados por nós na fundamentação teórica do trabalho. O engraçado foi dar-me conta de como tinha apreendido e aprendido informações sobre a história dos jogos teatrais, pois antes de terminar uma citação que estava neste trabalho eu já sabia quem era a autora da mesma e para meu espanto, quando percebi, estava arrumando um erro em relação à autora Spolin que aparecia como autor numa sequência de linhas. Coloquei com propriedade um recado a meu amigo: trata-se de uma autora, chama-se Viola Spolin. Sugiro consertar. Ele adorou a ideia e ficou surpreso em eu lembrar depois de tanto tempo. Senti-me muito satisfeita com nossos estudos e professores do curso.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Voltando aos primeiros semestres...

Não cursei o primeiro semestre desta faculdade junto com a maior parte da turma. Fui uma das (re)pescadas num segundo momento. Muito engraçado lembrar que na primeira vez que o curso tinha sido proposto fui excluída de participar porque não estava em sala de aula na escola e daí não preenchia o requisito solicitado. Na segunda vez quase não me inscrevo, pois havia começado a Faculdade de Biologia e pensei que ficaria muito “pesado” fazer as duas coisas e mais a carga de trabalho. Entretanto fiz o tal vestibular (afinal, cá entre nós, era para um curso á distância...). O que não sabia é que o tal curso à distância tornar-se-ia distante de férias, de descanso, de desapego e de ignorância nas questões educacionais. A cada semestre fui construindo uma identidade muito elaborada no que tange a educação. Teóricos, planejamentos, tecnologias. Um novo e intenso mundo de descobertas. De indícios a evidências, de mitos a fatos, da distância a proximidade, do cansaço ao cansaço extremo. Muitas vezes reavaliei minha escolha. Será que era para mim?

Hoje, agradeço por não ter desistido, apesar das tentativas elaboradas da caminhada em motivar minha desistência. Hoje me sinto mais completa, mais complexa e mais confusa do que nunca, mais questionadora do que nunca, mais preocupada com as omissões na educação.
Ficou realmente muito mais difícil resgatar um semestre de estudos ao longo do curso e quando pensava em desistir lembrava-me disto: se sobrevivi ao início massacrante o que poderá me derrubar agora?
O primeiro desafio foi conhecer as ferramentas tecnológicas que o curso ofertava. Blog, wiki e tantas outras formas de comunicar eram novidade para mim. Já tinha certa intimidade com e-mails, trabalhos no computador, mas nada, realmente nada daquilo que precisa fazer e criar. Como disse num texto recente, hoje me sinto dona de ambientes mil e recebo visitas a qualquer hora do dia ou noite!
No início do curso vivenciei coisas estranhas: dormia com freud e chamava a Interdisciplina de psicologia pelo carinhoso apelido de Psicose... Lia muito e relia também, mas adorava e aproveitava os estudos aplicando em minha própria vida.
Tivemos o primeiro contato com a questão da alfabetização e sinceramente não dei muita importância, ou talvez tenha aproveitado pouco, afinal nunca nem pensei em dar aula num primeiro ano (que coisa!). Hoje sou alfabetizadora e ainda consulto com frequência os materiais daquele tempo. Fico grata por ter onde buscar auxílio para minhas dúvidas. Interessante é perceber que não quero nem pensar agora em trocar de alfabetização para outra série. Estou amando este universo...
Como tinha sido enganada no Magistério. Lembro-me como se fosse ontem. Uma das professoras que mais amava dissera dias antes de nossa formatura que devíamos cursar logo uma faculdade, mas que não poderíamos desperdiçar nosso tempo fazendo Pedagogia. Afinal era o mesmo curso do Magistério, só que em nível superior. Que tragédia. Fui uma das melhores alunas da turma do Magistério e sai da escola detestando Pedagogia e o que ainda era pior, acreditando no que me fora dito até conhecer o curso da UFRGS.

O Começo do Fim... Ao Começo...

Acho que uma boa análise pode começar com um novo começo, uma atualização de dados a partir de um mesmo objeto, neste caso, eu!

Sempre tive o hábito de revolver os registros mais antigos deste espaço, principalmente na construção dos portfólios não me restringindo às postagens do semestre.
Gostei da proposta deste último tempo de Seminário Integrador. Esta (RE) leitura de nossa trajetória de forma homeopática, dividida em blocos semestrais é uma boa viagem no tempo para perceber o quanto tudo mudou e quanta coisa permaneceu igual! Muitas “rotinas” e “mesmices” são boas coisas para se manter na vida profissional, você se especializa e se adapta, mas não perde bons requisitos construídos. Ter hábitos enraizados além de vícios é como um legado que sinaliza valer à pena investir em si sem prejudicar o outro.
Para (RE) começar vou me apresentar novamente traçando um paralelo com a Tati de alguns anos atrás...
Tatiani Roland Szelest, de 28 para 32 anos de idade. Já não aguardo a aliança, nem quero pensar em festa de casamento, pois minhas preocupações são manter a paz no lar com tantas atribulações. Ainda extremamente otimista (o que vejo com mais maturidade ser algo perigoso para minha saúde), menos sonhadora, extrovertida e apaixonada por meus ideais. Mais emotiva com os problemas sociais que degradam o ser como um todo e tudo que nos cerca.
Continuo sendo professora das redes estadual e municipal de Alvorada, continuo batalhando para encerrar o curso de Biologia na Ulbra (que está chegando ao fim!). De associada passei a Secretária da Região Sul do Brasil da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e imaginem só, membro da Comissão Executiva de um Encontro Nacional aqui no sul do Brasil!
Abandonei o Greenpeace para doar tudo o que posso aos abandonados de minha terra (cães, gatos e humanos lançados à sorte nas ruas).
Gremista, que por conta de tantas escolhas já não sabe nem o nome dos jogadores de seu time!
Leciono agora Sociologia e Filosofia para alunos do Ensino Médio em uma escola particular de Porto Alegre na minha folga da noite. Trabalho ainda manhã e noite na SMED de Alvorada com Educação Ambiental e sinto-me parte de uma história bonita de nossa cidade no que diz respeito a esta temática. Trabalho com palestras, seminários, minicursos e oficinas em uma empresa de assessoria pedagógica e ambiental (normalmente nos finais de semana que divido com o curso de Biologia).
Não tenho tempo de ser vaidosa e nem de olhar novela (que é uma coisa que adoro!), não consigo ler os inúmeros livros maravilhosos que compro e que ficam ocupando lugar na estante. Não escuto mais as músicas que amava e minhas caminhadas já não tem melodia especial. Não tenho filhos e penso que com esta mania de fazer muita coisa não seria uma boa escolha, portanto dou o melhor que tenho aos meus alunos pitocos do primeiro ano escolar. Gostaria de publicar muitos artigos, mas não consigo terminar os que começo.
Sei das consequências de todas estas escolhas. Sei que não posso ser eu mesma com minhas potencialidades plenas nas tarefas que desenvolvo, mas também sei que isto passará. Sinto que em breve, ao final destas duas faculdades minha vida ficará mais leve. Poderei curtir meu mestrado (que já tenho o anteprojeto pronto) e também continuar viajando para partilhar minhas vivências profissionais.
Em breve pedagoga, bióloga, mestranda em Ciências da Educação. Em breve uma nova agenda, menos rebuscada, com traços mais firmes pela experiência desta fase repleta de exigências. Em breve saudades. Em breve, mais uma vez, uma voluntária nas propostas da vida!
Meu lema de vida ainda é: "A gente só cuida daquilo que ama e só ama aquilo que conhece."