domingo, 15 de junho de 2008

Luz e Sombra uma experiência de vida.

Corremos contra o tempo e esquecemos de apreciar o dia e a noite. Estereotipamos a escuridão enquanto a luz reina nos serviços 24 horas.
Alteramos através do brilho de nossas cidades o relógio biológico dos seres, o ritmo circadiano fora abalado e vemos claramente isso no galo que já não canta na madrugada ou desregulado do tempo canta sem parar. Os pássaros antes noturnos se abrigam da eterna luminosidade das cidades e do movimento incessante de nossos passos e passeios de carro.
Trabalhamos à noite porque é mais calmo, abrimos a geladeira quando achamos que a fome aparece, desrespeitamos as regras da digestão até chegarmos à exaustão de um novo dia.
Esquecemos do quanto somos insignificantes frente a um mar de estrelas num céu limpo à noite. Não vemos mais os astros como outrora. Nossos olhos miram holofotes e shows cada vez mais fluorescentes. Chego a palpitar que tememos o escuro... este traz um silêncio perturbador aos seres humanos. Não queremos nos encontrar com nosso “eu” interior. Preferimos tomar pílulas que nos levam ao sono quando nosso organismo,completamente desregulado das necessidades biológicas, grita por ajuda.
Trabalhar luz e sombra foi muito gostoso e significativo. Tenho uma turma de crianças entre 6 e 7 anos de idade que já conhecem o “novo ritmo” de vida que estipulamos como normal. Percebi que as crianças sabem muito daquilo que nós adultos esquecemos. Percebi que as crianças valorizam esta oscilação entre o claro e o escuro e sabem, bem mais do que eu supunha que nossa manipulação no controle biológico da vida acarreta conseqüências para a existência de todos os seres.



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