quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Voltando aos primeiros semestres...

Não cursei o primeiro semestre desta faculdade junto com a maior parte da turma. Fui uma das (re)pescadas num segundo momento. Muito engraçado lembrar que na primeira vez que o curso tinha sido proposto fui excluída de participar porque não estava em sala de aula na escola e daí não preenchia o requisito solicitado. Na segunda vez quase não me inscrevo, pois havia começado a Faculdade de Biologia e pensei que ficaria muito “pesado” fazer as duas coisas e mais a carga de trabalho. Entretanto fiz o tal vestibular (afinal, cá entre nós, era para um curso á distância...). O que não sabia é que o tal curso à distância tornar-se-ia distante de férias, de descanso, de desapego e de ignorância nas questões educacionais. A cada semestre fui construindo uma identidade muito elaborada no que tange a educação. Teóricos, planejamentos, tecnologias. Um novo e intenso mundo de descobertas. De indícios a evidências, de mitos a fatos, da distância a proximidade, do cansaço ao cansaço extremo. Muitas vezes reavaliei minha escolha. Será que era para mim?

Hoje, agradeço por não ter desistido, apesar das tentativas elaboradas da caminhada em motivar minha desistência. Hoje me sinto mais completa, mais complexa e mais confusa do que nunca, mais questionadora do que nunca, mais preocupada com as omissões na educação.
Ficou realmente muito mais difícil resgatar um semestre de estudos ao longo do curso e quando pensava em desistir lembrava-me disto: se sobrevivi ao início massacrante o que poderá me derrubar agora?
O primeiro desafio foi conhecer as ferramentas tecnológicas que o curso ofertava. Blog, wiki e tantas outras formas de comunicar eram novidade para mim. Já tinha certa intimidade com e-mails, trabalhos no computador, mas nada, realmente nada daquilo que precisa fazer e criar. Como disse num texto recente, hoje me sinto dona de ambientes mil e recebo visitas a qualquer hora do dia ou noite!
No início do curso vivenciei coisas estranhas: dormia com freud e chamava a Interdisciplina de psicologia pelo carinhoso apelido de Psicose... Lia muito e relia também, mas adorava e aproveitava os estudos aplicando em minha própria vida.
Tivemos o primeiro contato com a questão da alfabetização e sinceramente não dei muita importância, ou talvez tenha aproveitado pouco, afinal nunca nem pensei em dar aula num primeiro ano (que coisa!). Hoje sou alfabetizadora e ainda consulto com frequência os materiais daquele tempo. Fico grata por ter onde buscar auxílio para minhas dúvidas. Interessante é perceber que não quero nem pensar agora em trocar de alfabetização para outra série. Estou amando este universo...
Como tinha sido enganada no Magistério. Lembro-me como se fosse ontem. Uma das professoras que mais amava dissera dias antes de nossa formatura que devíamos cursar logo uma faculdade, mas que não poderíamos desperdiçar nosso tempo fazendo Pedagogia. Afinal era o mesmo curso do Magistério, só que em nível superior. Que tragédia. Fui uma das melhores alunas da turma do Magistério e sai da escola detestando Pedagogia e o que ainda era pior, acreditando no que me fora dito até conhecer o curso da UFRGS.

2 comentários:

Grace Milcharek disse...

Oi Tati!
Relatas uma intensa trajetória no PEAD que nos faz perceber o quanto contribuiu para a tua formação como Pedagoga e uma educadora que realmente ama o que faz e encantada com a alfabetização. Nas próximas postagens nos conte um pouco mais como tudo aconteceu na tua prática em sala de aula.
Com carinho,
Grace Maria

Beatriz disse...

Tati, teu relato é muito interessante e passa por muitos momentos de reflexão sobre as mudanças e crescimentos ( maturidade) que fostes construindo!! Gostei de ler que te sentes em confusão pois esse é um passo importante para aprender!! Tentar entender e organizar o caos interno é fundamental para a construção de conhecimento e desenvolvimento de novas competências. Isso eu não tenho dúvidas que está e já aconteceu!!
Acredito que , com um pouco mais de tempo e de menos compromisso, vais poder retomar melhor o teu crescimento, apontare perseguir novas trajetórias.
Um beijão
Bea