domingo, 27 de junho de 2010

E o feijão que não nasce?


Muito engraçada e embaraçosa a situação pela qual passei neste final de estágio. Conciliando a disciplina eletiva de Laboratório de Ciências com a prática de estágio fui aplicar a experiência da semente de feijão (prática que adoro fazer e trabalho com os resultados ao longo do ano). Como seria uma atividade documentada e severamente acompanhada resolvi inovar, ahahaha e aí que a coisa falhou. Decidi abrir mão do tão famoso feijão preto e utilizar um grão diferente. Usei um feijão tipo carioquinha com a cor marrom e rajadas de branco. Tudo certo para iniciar. O feijão era novo, os copinhos arrumados, algodão preparado e variáveis indicadas. Cada aluno levaria seu feijão para casa e faria a descrição da evolução desta semente. Na sala de aula teríamos algumas sementes em situações diferenciadas para examinar interferências como excesso de água, falta de água, excesso de calor, profundida de terra, grão nu num pote, incidência de luminosidade. Colocamos na sala uma tabela de acompanhamento e cada aluno levou para casa uma planilha de acompanhamento que duraria 20 dias.
Tudo estava bem até o terceiro dia quando nenhuma das sementes ainda não havia germinado. Ao final da primeira semana já especulávamos o que estaria acontecendo. Ao final da segunda semana estávamos arrasados tentando entender como as sementes não germinaram.
A situação começou ficar engraçada quando na reunião de pais ocupamos um bom tempo da mesma levantando hipóteses para o ocorrido. As mães achavam que fora a quantidade de água, mas não entendiam como os outros grãos testes também não haviam germinado. Ninguém tentou refazer a experiência visto nossa fidelidade com aquele grão de feijão. As crianças também especularam muitas possibilidades. Resolvemos então ampliar nossa pesquisa em um rumo muito mais difícil: descobrir o porquê da semente não germinar...
Nesta segunda-feira vou refazer a pesquisa com o feijão preto para, ao menos realizar parte da postagem da disciplina; O engraçado é que todos os anos trabalho com o feijão e bem neste momento que a coisa deveria funcionar acaba em mofo, ahahaha, meus alunos adoraram ver os fungos tomando conta dos feijões fedorentos!
Só para constar: Já descobri o que houve com os feijões. Conversei com um engenheiro agrônomo da EMATER/ASCAR e ele matou na hora o mistério: grandes empresas que trabalham com grãos costumam usar em seu processo de secagem o calor para eliminar fungos e a umidade. Os graõs são aquecidos em altas temperaturas por um período específico. No caso do feijão, possivelmente 60º por vinte minutos o que inviabiliza a germinação do grão visto que o embrião da semente morre. Liguei para a empresa e questionei-os sobre isto e aguardo resposta da equipe técnica. Muito bacana, nem eu sabia disto tudo! Agora é recomeçar e curtir a vida brotando pra valer... Desta vez vamos observar também sementes de girassol e alpiste até para expandir a proposta e fazer algumas comparações.
A imagem lá em cima é da história que trabalhamos antes de dar início à experiência. Os alunos adoraram o João e as interferências maduras que faziam em relação às necessidades vitais dos seres vivos é o reflexo de nosso trabalho ao longo deste estágio quando priorizamos a temática da vida.

Um comentário:

Unknown disse...

Muito obrigado pelas informações! Eu e minha filha estávamos também frustrados por causa da tentativa de fazer o experimento de germinação do feijão.