Provocações.
Em uma postagem deste mês (que ainda pude usar como marcador "reflexões da prática escolar e Seminário VIII" ao invés de meu novo marcador o "Pedagogês") recebi uma interferência muito interessante (evidência: foi motivo de uma parada mais ampla para considerar a sugestão) sobre uma possível resolução minha do assunto para o TCC.
A professora Beatriz, assim escreve:
"Tati, posso te ajudar a pensar? será que há diferenças entre improviso e imprevisto? Será que não queres uma "lei para aproveitar o imprevisto"? Em ambas há o perigo latente: o "laissez faire". Como não cair nele? O flexível está ligado ao improviso? São algumas questões para pensares. Um abraço
Bea"
Estas perguntas realmente me fizeram pensar sobre a improvisação e o imprevisto na educação. Acho que quis expressar algo sem muitos argumentos que pudessem fazer entender o que estava sentindo. Realmente o assunto do TCC vai ter de esperar o estágio acabar. São tantas possibilidades ora apaixonantes (como fora esta do improviso) ou ora conflitantes (acabam me deixando sem ter ideia do que dar ênfase) que decidi esperar o "filho nascer" (se posso usar esta expressão neste blog)...
Entretanto fui em busca das respostas para estas perguntas e como de costume acabo encontrando mais perguntas a serem respondidas. Mergulhei primeiramente na definição do que é imprevisto e do que é improviso. Poderia fazer um artigo falando do quanto improvisamos realmente na educação, da creche à formação dos professores em Universidades renomadas. Contudo o termo mais adequado para o que quis apresentar é realmente imprevisto. Achei na rede um artigo que trata exatamente da questão que estava pensando de aproveitar o imprevisto e não deixá-lo passar como apenas algo não planejado; dar mais valor ao não planejado; encontrar os motivos deste acontecimento já podem trazer indícios de uma possível mudança no próprio planejamento. O trabalho trata:
RESUMO
Fruto de pesquisa com registros de professoras alfabetizadoras de jovens e adultos que atuam no interior do Brasil, o artigo trata da relação do imprevisto, como concretização da incerteza a que estamos permanentemente submetidos na vida, e o planejamento das atividades pedagógicas para a sala de aula (pré-estabelecido), como tentativa de domar a incerteza (contexto dos acontecimentos). Esta relação é discutida na sua intersecção com a reflexão sobre a prática pedagógica e com a formação contínua dessas professoras.
Gostaria muito de seguir o caminho de formação de professores, mas sinceramente como poderia fazê-lo se ao chegar ao final do curso não produzo postagens profissionais? Que imprevisto este!!!
Algumas perguntas que buscarei responder neste espaço e que certamente fomentarão minhas reflexões individuais e particulares sobre o que abordar ao final do curso de Pedagogia:
i) Até que ponto é possível seguir o planejamento diante de situações imprevistas?
ii) O que intermedeia o planejamento e o improviso diante dessas circunstâncias? e
iii) Como os alunos reagem ao improviso?
Um comentário:
Tati querida, essa é uma postagem profissional!! Por favor, vamos entender o termo profissional como sinônimo de professor pesquisador, que reflete sobre sua ação para retomá-la em outro patamar. Gostei do uso do conceito interessante logo seguido da evidência. É o caminho para fugir dos conceitos vazios. Eu tb acho muito rico do ponto de vista de planejamento os conceitos imprevisto e improviso. Muitas vezes, o imprevisto ( por exemplo, choveu e se formou um lindo arco-iris)acontece e não dá para não aproveitá-lo. Ai entra a improvisação do professor só que, respeitando bases teóricas que acredita. Imagino, por exemplo, que sairias para o patio e provocarias as crianças com questões: Qtas cores vocês enxergam? Só tem arco- iris qdo chove? É verdade que tem um tesouro no final dele? Onde é o começo e o final?
Sem dúvida, estaríamos aqui lidando com conhecimento prévio, certezas e dúvidas e, uma boa seria o planejamento conjunto de todos.
Valeu Tati!! Ficou excelente teu post.
Um abração
Bea
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