quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

EIXO IX

Meu Deus! Estamos terminando...
Parece que foi ontem que tudo começou. Muitas novidades, espaços novos em nossa vida, tutoras, professoras, distância, de quê mesmo? Já penso que nosso curso não deveria ter sido nomeado de Pedagogia à Distância, creio que existem opções melhores, tais como Pedagogia da Perseverança, Pedagogia à la carte, Pedagogia da Presença quem sabe?
Quanta coisa se passou. Alguns poucos ficaram pelo caminho. Outros chegaram ao final com a vontade de recomeçar tudo amanhã e outros ainda ampliaram nossa lista de chamada com seus frutos mais preciosos.
Gostaria de falar de tantas coisas nesta mensagem, contudo não tenho momentos ainda para filosofar, mas é necessário uma última análise do curso que completará a solicitação do Seminário Integrador deste semestre.
Para variar, estou no limite. Até rezando para que minhas palavras sejam suficientemente eficazes para comprovar que fiz minha parte da melhor maneira que posso neste momento.
Quero terminar estas reflexões falando do TCC e de como percebi a importância de um orientador na caminhada de um aluno. A professora Bea não foi minha orientadora no período de estágio, mas recebeu a árdua missão de acompanhar um grupo de colegas que acabaram ficando órfãs da professora orientadora. Por um lado ficamos felizes (pela solicitação da professora Célia para realizar um projeto seu) e por outro lado preocupadas. Quem estaria ao nosso lado? A professora Célia e a Simone eram tão maravilhosas, traziam uma paz ao espírito e nos acarinhavam constantemente com palavras de motivação e de ajuda.
Então, eis que cai em nosso meio a professora Bea. Ai,ai, ai, ai... Talvez ninguém ouse falar, mas sabíamos que a cobrança dela refletiria os anos de estudo que tivemos.
Para meu maior espanto, a professora faz uma síntese perfeita de meu estágio. Acho que eu não faria melhor. Com recortes, possibilidades, caminhos que eu não havia enxergado. Que comprometimento! Nesta hora o pavor era maior, não pelo TCC mas pela cobrança da qualidade que deveríamos apresentar.
Sofri bastante. Chorei muito deletando muitas e muitas páginas criadas com dedicação e esmero. Ficava desesperada com as correções. Senti-me com medo de fazer novamente.
No início pensava nas tentativas e erros que ocorriam e dos motivos pelos quais precisava recomeçar. Ao final percebi que descobri a minha verdade nas páginas do TCC. Descobri que enquanto chorava apagando páginas escritas havia duas pessoas que estavam lendo, relendo, apostando, apontando possibilidades. A professora Bea e a Simone foram os instrumentos para que eu pudesse dizer: ACABEI.
Em determinados instantes já não sabia se estávamos produzindo de forma cooperativa, colaborativa, individual ou em duplas e trios, sei lá, apenas sentia que novos conhecimentos apareciam a partir de tantas percepções sobre importantes assuntos.
Só sei que aprendi a orientar a partir do exemplo. Só sei que deixar o aluno com um sentimento de conquista a partir de um esforço maior é algo impagável. Só sei que nada sei, como Sócrates, como Tati como Bea e Simone. Sabemos tanto de tantas coisas, mas ao deparar-me com atos de amor, como foi o acompanhamento da Bea e da Si é que percebo que o ato de educar transforma a todos os envolvidos.
Espero ter suprido os pedidos.
Vou aguardar trabalhando! Ainda tenho umas pedras para retirar do caminho. Espero construir um castelo com todas que juntei no PEAD! Acho que esta frase bonita é de alguém importante. Não lembro agora, entretanto também não vou ficar me chateando com isto. Estou começando a ficar feliz...

EIXO VIII

Ao pensar neste oitavo semestre é impossível não reparar o quanto mudei. Estou mais velha, com algumas rugas na testa graças aos trabalhos realizados, mas a maneira com que defendo minhas crenças em relação a profissão estão embasadas em outros que outrora buscaram melhorar o seu próprio tempo.

Neste eixo, chegamos ao ponto máximo da prática onde professores e alunos tornaram-se parceiros próximos de trabalho. Foi uma experiência que me fez refletir sobre o resgate ao planejamento pontuado diariamente; sobre a tranqüilidade que dá planejar uma semana inteira (apesar do cansaço desta tarefa pós sala de aula) e conseguir lincar os assuntos de maneira coerente negando veementemente aquela folhinha solta trazida como sugestão por outro colega e que muitas vezes já fez parte de meu universo.

Agora lembro-me das escolhas nas férias, pensando quais arquiteturas usaria, como prepararia o ambiente e minhas ideias. Nada tinha me preocupado até a véspera do início do ano letivo quando recebi uma nova lista de alunos que trazia uma garotinha com Síndrome de Down para minha vida. Como sofri com a falta de entendimento.

Creio que situações que nos desacomodam fazem com que a gente possa repensar a prática numa perspectiva maior, ampla e justa. Contudo as leis e normativas que apóiam estas iniciativas existem apenas no papel o que acarreta frustrações imensas pela impotência em avançar na resolução de determinados casos.

Fiz de meu estágio uma verdadeira experimentação. Apostei fichas em trabalhos outrora desenvolvidos no curso como o que tratava das diferenças étnicas entre as pessoas. Também usei uma arquitetura pedagógica que tinha criado no eixo anterior e busquei inserir minhas crianças no universo da pesquisa. Ao final deparei-me com alunos que estavam lendo e escrevendo com muito mais rapidez e qualidade. A maior dúvida era: Será que nossas pesquisas ajudaram tanto? Que jóia, acho que estou fazendo um processo de alfabetização diferenciado. Será que alguém mais trabalha assim?

Após inúmeras buscas e leituras não encontrei nada parecido com o que estava fazendo e fiquei feliz. Meu TCC foi sobre esta maravilhosa oportunidade de usar as arquiteturas pedagógicas e os conceitos de Ciências para promover a alfabetização e o letramento dos alunos de maneira mais significativa e eficiente ao longo do ano.

Meu estágio esteve ancorado nas experiências de Vygotsky, Ausubel, Freinet, Magda Soares, Japiassu, Bea e Iris e outros tantos importantes pensadores da educação.

A caminhada de postagens no blog fora fraquinha novamente. Mais uma vez pela dificuldade em conciliar duas faculdades, três turnos de trabalho e mais a organização do Congresso de Arborização do qual fiz parte da Comissão Executiva. Este foi um preço que sempre precisei pagar, pois a escolha de acumular tantas funções foi minha.

No período de estágio precisei revisitar muito as interdisciplinas do curso (algumas já nem estão mais “no ar” infelizmente, pois pensei em após entregar o TCC e dizer que acabou, fazer uma cópia de todo o material que deixei pelo caminho visto a qualidade dos mesmos).

Fico pensando no futuro deste Blog. O que será que farei dele? Será que terei tempo de escrever aqui e deleitar-me sobre tantas coisinhas que nunca fiz? Queria colocar frescurinhas, encher de calendários, postar sugestões, cartas de motivação, visitar colegas, ser mais visitada, sei lá...

Enfim, está acabando. espero que bem para todos. Enfim terei a oportunidade de iniciar o caminho da saudade...

Será que a próxima postagem será a última desta caminhada???

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Eixo VII

Foi um dos semestres que mais aproveitei as sugestões do Seminário Integrador. Mergulhamos de cabeça nas arquiteturas pedagógicas e como pode ser mais atrativo e produtivo desenvolver pesquisa através das sugestões que nos foram dadas. Desenvolvemos também, em pequenos grupos uma arquitetura inovadora, que inclusive, usei no meu estágio em parceria com a colega que ajudou na criação da mesma. Nas minhas palestras de educação ambiental tenho levado as arquiteturas como proposta de inovação no trabalho de temas transversais como o de meio ambiente.

Tive neste semestre a oportunidade de discutir com colegas, professoras e tutoras sobre a questão da educação de jovens e adultos e vi que ainda temos um longo caminho pela frente. Trabalho há uns dez anos com EJA e percebo que Freire e Frei Beto podem nos ensinar a valorizar cada dia mais o adulto não adaptando atividades de crianças para eles, mas lendo as expressões da vida em suas curiosidades e dificuldades, o que acaba sendo o material mais rico para a produção de novos saberes.

Em relação a disciplina de Linguagem e Educação só tenho a agradecer. Foram disponibilizados materiais excelentes, que me encaminharam na teoria da prática que tanto aprendi a valorizar que visa letrar e alfabetizar as crianças. Hoje sinto-me apoderada de falas, posições e concepções de práticas de alfabetização. Agora posso dizer que sou uma alfabetizadora, buscando inovar como em meu trabalho de conclusão de curso onde comprovei ser possível ensinar a ler, escrever e entender os códigos escritos através da pesquisa científica em sala de aula.

As questões sobre consciência fonológica também me foram de grande valia. Estamos atualmente construindo um projeto de alfabetização para a escola onde leciono e sinto-me uma referência quando o assunto se trata de embasamento teórico e práxis do processo alfabetizador.

Bem junto a esta maravilha de disciplina chega a questão da didática (que a cada dia me identifico mais). Uso muitas das sugestões de textos e trabalhos em minhas aulas de Filosofia e Sociologia. Mergulhei no universo dos projetos em escola, conheci Freinet que foi um dos autores mais queridos da Educação (opinião minha) que desenvolveu as práticas de saída de campo, cantinhos na sala de aula, jornal na escola, etc. Identifiquei-me muito com ele.

Para encerrar tivemos contato com Libras. Não era o que eu esperava, mas como fazer melhor num curso onde a gente trabalha a distância? Faltou a prática mesmo. Talvez pelo meu desespero em lidar com meu aluno surdo e perceber que a teoria e história da surdez (que é muito importante) não estivesse me ajudando na situação que vivia. Contudo aprendi pequenas grandes coisas que melhoraram a comunicação com meu aluno e pude motivar as outras crianças a se interessar pelo tema.



Eixo VI

Eta semestre repleto de projetos que uniram meus estudos de Pedagogia com a Biologia... Pude aproveitar muitas discussões teóricas como foi o caso das normativas legais sobre as pessoas com necessidades especiais na escola regular com a prática abandonada de conquistas de minha realidade em sala de aula. Lembro-me bem de que estava naquele semestre com um aluno surdo (completamente) em sala de aula, com desvio de idade (12 anos no primeiro ano) e um monte de aportes jurídicos que beneficiariam a ambos, mas a angústia foi maior do que qualquer recomendação. Tive que dar um jeito...



Gostei muito da convivência com a professora de Filosofia. Ela apresentou Adorno que falava da barbárie humana. Fez com que nos posicionássemos eticamente em determinados pontos culturais que são complexos como o próprio caso da eugenia (ligando as interdisciplinas do eixo). Também refletimos a postura da escola e do quanto um regime fragmentado pode desestruturar outros grupos sociais como a família e a religiosidade.


A Psicologia (que já não era mais psicose) remeteu-nos a análises clínicas de Piaget. Depois daquele semestre não deixo de aplicar os testes clínicos ao menos com os alunos que percebo apresentarem maiores dificuldades na sala de aula ou nos relacionamentos. Testo com massinha, com copos com água e através de outros processos que fomos aprendendo e que claramente demonstram se nosso aluno já é capaz, por exemplo, de fazer uma reversão em seu pensamento. Como tentar desgastantemente exigir que uma criança compreenda os sentidos de direita e esquerda se o organismo dela ainda não está pronto para isto? Portanto, posso afirmar que neste semestre a Psicologia fora mais prática e útil em sala de aula do que da primeira vez que curtimos Freud e seus amigos contemporâneos.


Foi um semestre pobre de postagens, mas de grandes avanços no conhecimento registrados em fóruns, trabalhos nos wikis e no rooda. Fico pensando no quanto poderia ter apresentado neste blog sobre as vivências, contudo fico feliz de perceber como as atividades foram significativas, pois não é preciso fazer garnde esforço para lembrar ou notar o quanto os estudos estão incorporados nesta nova profissional que sou hoje.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eixo V Gerenciamento da Educação.

Neste semestre tivemos contato direto com a temática da Gestão Escolar.

Através das interdisciplinas pude olhar com maior atenção ao universo da gestão de uma escola, coisa que não me chama muito a atenção. Não tenho a mínima ideia se conseguiria um dia deixar a sala de aula para coordenar uma escola. Acho que este trabalho é muito mais desgastante e não traz os benefícios da vivência cotidiana com os alunos. Claro que esta é uma visão estreita e simplista de quem não pretende ser diretora, por exemplo, mas sei da extrema importância deste cargo bem como, a partir dos estudos daquele eixo, aprendi a respeitar muito mais as dificuldades e enfrentamentos que a direção sofre para que a escola não entre em colapso.


Lembro-me, retornando também as postagens, que refletimos acerca de temáticas como plano de carreira, greves e documentos como o Regimento Escolar e Projeto Político Pedagógico.


Fiquei apavorada em saber que muitas escolas de Alvorada funcionavam sem ter ainda documentos importantes como estes! Ainda bem que agora todas estão regularizadas e encaminhando alterações decentes de acordo com a caminhada da comunidade escolar.


Foi neste semestre que descobri Tardif. Que grande escritor! Suas leituras acabavam muito rápido! Gosto da maneira que manipula, ordena, brinca e aproveita as palavras para expressar a vida educacional. Sou fã de sua escrita que traça comparativos entre autoridade e autoritarismo, liberdade e libertinagem, coersão, passividade ou prática libertadora de ideias.


Tati e Tardif, gente parecida na escrita. Acho que minha forma de expressão textual lembra traços da sua eloqüência. Vai ver que faço parte daquele público que admira uma escrita poética, mais rebuscada, cheia de detalhes. Sei lá. É um estilo que deve ser respeitado.


Quero encerrar este post com uma frase que achei numa postagem deste semestre no blog e me fez muito feliz. Era a frase que procurava para meu TCC e ficou perdida no tempo:


Todo professor transpõe para a sua prática aquilo que é como pessoa. Tardif

Eixo V Projetos de Aprendizagem: Alegria e Frustração

Puxa, que semestre difícil em relação ao Blog este do Eixo V. Iniciamos em agosto e fiz postagens mais evidentes apenas em novembro. Não justifico aqui como falhas de trabalho, ao contrário, muito trabalho que acarreta falhas e faltas certamente!


Neste semestre demos início aos trabalhos com o PA e dói bastante ver como fui tola ao entrar de cabeça na proposta. Foi um dos mais negros semestres do curso. Quase desisti da caminhada por questões avaliativas que até hoje não me forem esclarecidas de forma satisfatória. Senti o peso da falta de entendimento pela minha jornada e esforço. Contudo persisti e graças também a uma inesquecível parceria com a professora de recuperação intensiva, Nadie Machado, pude enfim conhecer e gostar de fazer PA.


Desenvolvi um Projeto lindo sobre a Coca-Cola e seus mitos.


Analisando este aspecto e semestre do curso posso dizer que ainda bem que a recuperação aconteceu. Que ainda bem ter uma pessoa como a professora Nadie acompanhando o trabalho. Desde então trabalho com Projetos de Aprendizagens em minhas aulas de Filosofia e Sociologia bem como com os pequeninos do primeiro ano.


Neste semestre meus alunos adultos apresentarão seus PAs sobre questões muito curiosas. Não tenho tempo de acompanhá-los como prevê a proposta dos Projetos e por isto também preciso avaliar minha postura para não prejudicar meus alunos. O resultado destas apresentações deve ser algo significativo para todos.


Dentre algumas questões estão:


- Misturar remédios com bebida faz mal?


- A alcachofra e graviola emagrecem?


- É necessário tomar oito copos de água por dia?


- Café e Coca-Cola deixam a pessoa acordada?


- Por que o açúcar é proibido em dietas?


Dentre outras tantas questões que os alunos escolheram para desenvolver suas buscas.

“Sem a educação das sensibilidades, todas as habilidades são tolas e sem sentido.”


Rubem Alves

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sobre os Mundos do Eixo IV

No eixo IV deste curso a disciplina que mais me apropriou de ferramentas para o trabalho em sala de aula foi, sem dúvidas, para mim, a Representação do Mundo pelos Estudos Sociais. O material apresentado como textos que descreviam até a sequência de maturação da criança em relação a sua própria lida com o corpo foi estudado. Sobre a importância do gatinhar, do correr em sala, de subir nas classes para ver tudo lá de cima! Faço isto até hoje com meus alunos. A dinâmica de trabalho sobre o tempo e o espaço nunca mais foram iguais em minha prática.



Entretanto, em relação ao estudo da Matemática, fiquei um pouco órfão de aplicações mais satisfatórias, tanto que me lembro da péssima nota que tive. Fiz algumas reflexões na época sobre isto e do quanto toda a turma do pead reclamava do trabalho com grupos, da falta de comentários, disto ou daquilo. Acabei percebendo como realmente professores influenciam o gosto do aluno pelo ato de busca de novos saberes.


Trabalho com muitas dinâmicas que recebemos no wiki da disciplina e realmente fico na torcida para que assim que nos formarmos, ao menos por um tempo possamos ainda ter acesso aos wikis para captar materiais esmeramente preparados para termos como utilizá-los em nosso cotidiano.


A interdisciplina de Ciências trabalhou muito com a questão da educação ambiental. Como trabalho nesta área minhas práticas são inegavelmente voltadas para este enfoque tanto que meu TCC trata da alfabetização dos alunos através de conceitos e conteúdos de Ciências.


Claro que ao reler o blog, sempre percebo que este espaço, por mais maravilho que seja, sempre foi minha segunda opção de tarefas. Não que eu o desvalorizasse, mas sempre tinha que optar entre o Blog ou uma das interdisciplinas. Contudo ao final desta etapa de faculdade creio que este espaço não ficará obsoleto. As descobertas e trocas de minha carreira enquanto profissional da educação serão melhor pensadas e até auxiliadas por todo estes anos de reflexões sérias que fiz com todas as dificuldades que tive.